Maria Lisboa

É varina, usa chinela
Tem movimentos de gata.
Na canastra, a caravela,
No coração, a fragata.

Em vez de corvos no xaile,
Gaivotas vêm pousar.
Quando o vento a leva ao baile,
Baila no baile com o mar.

É de conchas o vestido,
Tem algas na cabeleira,
E nas veias o latido
Do motor duma traineira.

Vende sonho e maresia,
Tempestades apregoa.
Seu nome próprio: Maria;
Seu apelido: Lisboa.

Original: Alain Oulman

Letra: David Mourão Ferreira

Arranjo: TFIST

Data de Estreia: 19-03-2003