Lisboa Menina e Moça

No castelo, ponho um cotovelo 
Em Alfama, descanso o olhar
E assim desfaz-se o novelo 
De azul e mar 

À ribeira encosto a cabeça 
A almofada, na cama do Tejo 
Com lençóis bordados à pressa
Na cambraia de um beijo

Lisboa menina e moça, menina
Da luz que meus olhos vêem tão pura
Teus seios são as colinas, varina
Pregão que me traz à porta, ternura

Cidade a ponto luz bordada 
Toalha à beira mar estendida 
Lisboa menina e moça, amada 
Cidade mulher da minha vida 

No terreiro eu passo por ti 
Mas da graça eu vejo-te nua 
Quando um pombo te olha, sorri 
És mulher da rua 

E no bairro mais alto do sonho 
Ponho o fado que soube inventar
Aguardente de vida e medronho 
Que me faz cantar 

Lisboa menina e moça, menina
Da luz que meus olhos vêem tão pura
Teus seios são as colinas, varina
Pregão que me traz à porta, ternura 

Cidade a ponto luz bordada
Toalha à beira mar estendida 
Lisboa menina e moça, amada
Cidade mulher da minha vida

Original: Paulo de Carvalho

Letra: Ary dos Santos

Arranjo: TFIST

Data de Estreia: