O Meu Coração Não Tem Cor

Andamos todos a rodar na roda antiga
Cantando nesta língua que é de mel e de sal
O que está longe fica perto nas cantigas
Que fazem uma festa tricontinental 

Dança-se o samba, a marrabenta também,
chora-se o fado, rola-se a coladeira 
P’la porta aberta pode entrar sempre alguém, 
se está cansado diz adeus à canseira

Vai a correr o corridinho 
que é bem mandado e saltadinho 
E rasga o funaná, faz força no malhão 
Que a gente vai dançar
sem se atrapalhar
no descompasso deste coração 

E como é?
E como é? 
E como é?
Vai de roda minha gente,
vamos todos dar ao pé

Estamos de maré, vamos dançar, 
vem juntar o teu ao meu sabor 
Põe esta canção a navegar
que o meu coração não tem cor

Andamos todos na ciranda cirandeira,
preguiça doce e boa, vai de lá, vai de cá
Na nossa boca uma saudade desordeira
de figo, de papaia e de guaraná

Vira-se o vira e o merengue também, 
chora-se a morna, 
solta-se a sapateia
P’la porta aberta pode entrar sempre alguém 
que a gente gosta de ter a casa cheia 

Vamos dançar este bailinho, 
traz a sanfona, o cavaquinho
A chula vai pular 
nas voltas do baião
Que a gente vai dançar 
sem se atrapalhar 
no descompasso deste coração 

E como é? 
E como é? 
E como é?
Vai de roda minha gente,
vamos todos dar ao pé 

Estamos de maré, vamos dançar,
vem juntar o teu ao meu sabor 
Põe esta canção a navegar 
que o meu coração não tem cor

E vai de volta,
vai de volta, p’ra acabar 
Que o meu coração não tem cor 

Original: Lúcia Moniz e Pedro Osório

Letra: José Fanha

Arranjo: Ida “Big Ben” Griffith

Data de Estreia: 05-05-2012